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Amazônia brasileira tem Índice de Progresso Social inferior à média nacional, revela estudo inédito com 772 municípios

25/08/2014



- Relatório “IPS Amazônia 2014” resultou da avaliação de 43 indicadores
sociais e ambientais
- Gerado a partir da colaboração proporcionada pela rede #Progresso
Social Brasil, o estudo foi realizado pelo Imazon, em parceria com a Social Progress
Imperative (SPI) e Fundación Avina
São Paulo, 23 de agosto de 2014 – A Amazônia brasileira, conhecida
internacionalmente por seus recursos naturais e sua importância ambiental para o
Brasil e o mundo, é uma região em que 24 milhões de pessoas convivem em meio a desafios
sociais e falta de oportunidades para a maioria de sua população. Esse foi o cenário
abordado pelo estudo inédito “Índice de Progresso Social (IPS) na Amazônia Brasileira
– IPS Amazônia 2014”, gerado a partir da colaboração propiciada pela rede #Progresso
Social Brasil, com realização do instituto de pesquisa Imazon, em parceria com a
instituição global sem fins lucrativos Social Progress Imperative (SPI) e a Fundación
Avina.
O relatório IPS Amazônia 2014 mostra que a região tem um IPS geral
de 57,31, inferior à média nacional, que é de 67,73, considerando uma variação que
vai de 0 (pior nível de progresso social) a 100 (melhor). Na avaliação de cada um
dos 772 municípios da região, 98,5% apresentaram um IPS menor do que o da média
do Brasil, que está na 46ª posição em um ranking mundial de 132 países, conforme
a última edição do estudo IPS global, lançado em abril, no qual os líderes Nova
Zelândia, Suíça e Islândia obtiveram média superior a 88.
As dimensões avaliadas pelo IPS Amazônia refletem, de modo geral, o
método estatístico do Índice de Progresso Social, criado pela Social Progress Imperative
para ajudar a orientar mundialmente decisões de investimento e políticas de governos
que tenham impacto positivo na vida das pessoas, a partir do emprego de 54 indicadores
exclusivamente das áreas social e ambiental. Idealizado com o apoio de especialistas
em políticas públicas de todo o mundo, o IPS parte do entendimento de que medidas
de desenvolvimento baseadas apenas ou prioritariamente em variáveis econômicas são
insuficientes para mensurar o progresso social.
Amazônia avaliada em três dimensões
Para calcular o IPS Amazônia, foram utilizados 43 indicadores recentes
e de fontes públicas e confiáveis, alguns dos quais escolhidos para refletir melhor
as peculiaridades da realidade local – como a incidência da malária e o desmatamento
–, mas preservando as condições de comparabilidade com o restante do Brasil. Esse
projeto representou a primeira iniciativa efetiva de aplicação do IPS global em
um contexto eminentemente local.
Seguindo a metodologia do IPS, três dimensões foram consideradas no
levantamento sobre os 772 municípios dos 9 Estados da Amazônia: Necessidades Humanas
Básicas, Fundamentos para o Bem-Estar e Oportunidades. O melhor resultado obtido
foi na dimensão Fundamentos para o Bem-Estar, com índice médio de 64,84, e o pior
na de Oportunidades, com 48,33. Essa dimensão também apresenta a maior disparidade
entre a região e o restante do País (21%), evidenciando que faltam oportunidades
para a população amazônica (veja, a seguir, os resultados completos para as três
dimensões avaliadas na região).
Resultados do “IPS Amazônia 2014”
Confira os resultados obtidos pela região em cada dimensão avaliada,
ao lado do desempenho do Brasil no Índice de Progresso Social (IPS).


“Medir a situação social da Amazônia é ainda um grande desafio. A frequência
de atualização dos dados é baixa, há limitações na abrangência geográfica de alguns
indicadores e, até recentemente, o desempenho social era avaliado somente por índices
que sofrem forte influência da economia”, avalia Adalberto Veríssimo, do Imazon,
um dos responsáveis pelo levantamento inédito. Com a criação do IPS, em 2013,
tornou-se possível, conforme Veríssimo, avaliar o progresso social da região considerando
apenas indicadores sociais e ambientais que são realmente importantes para a qualidade
de vida das pessoas. “O progresso social da forma como é medido pelo IPS revela
que a região está abaixo da média brasileira, o que é incompatível com a sua importância
ambiental”, destaca.
Esse conjunto de informações está acessível pela internet (veja os
endereços, ao final deste texto, em “Informações gerais”), em uma plataforma que
permite desagregar e analisar os dados do estudo. “Dessa forma, viabiliza-se o uso
estratégico dessas informações por tomadores de decisão dos setores público e privado,
no sentido da busca de soluções para a superação dos indicadores socioambientais
na Amazônia brasileira. Com essa expectativa, a Rede de Progresso Social no Brasil
dá destaque a esta agenda em sua interlocução com os governos, empresas e organizações
sociais”, afirma Glaucia Barros, diretora programática da Fundación Avina.
Na visão do sócio-líder da Deloitte para o atendimento ao Setor Público
no Brasil, Eduardo de Oliveira, experiências como a do IPS Amazônia são importantes
para tornar mais efetivas ações conjuntas entre governo e iniciativa privada. “Projetos
de estudo como este são essenciais para que líderes do setor público e agentes empresariais
entendam mais profundamente os desafios de tantas regiões que, a exemplo da Amazônia,
representam ainda grandes fronteiras de desenvolvimento socio-econômico e também
de novas oportunidades de negócios. Vivemos hoje uma era na qual não existe mais
qualquer contradição entre o progresso social e a prospecção de negócios – estas
são, na verdade, facetas de uma mesma realidade, a de um mundo mais integrado e
que precisa de informações de qualidade para avançarmos em todas as dimensões”,
analisa Eduardo de Oliveira.
Resultados por grupos de municípios
Para mostrar o comportamento do progresso social em uma região como
a Amazônia, responsável por um terço das florestas tropicais do mundo e banhada
pela maior bacia hidrográfica do planeta, cinco grupos foram criados para reunir
os municípios com faixas similares no IPS Amazônico:
- Grupo 1 (IPS médio – 65,79): 87 municípios com os melhores
resultados da região, somando 390 mil km2 e 9,4 milhões de habitantes (8% do território
da região e 39% da população). Responde por mais da metade do PIB da Amazônia e
inclui todas as capitais dos Estados, exceto Porto Velho (RO).
- Grupo 2 (IPS médio – 61,13): 200 municípios que somam uma
área de 1 milhão de km2 ePopulação de 4,8 milhões de habitantes (21% do território e 20% da
população). Conta com Porto Velho e com o município com a maior renda per capita
da Amazônia, Campos de Júlio (MT).
- Grupo 3 (IPS médio – 59,10): 194 municípios com acentuada
diferença no nível de desenvolvimento econômico, com rendas per capita que
vão de R$ 1,8 mil anuais em Barreirinha (AM) a R$ 9,7 mil em Ipiranga do Norte (MT),
reforçando que o bom desempenho econômico não garante necessariamente o progresso
social.
- Grupo 4 (IPS médio – 53,59): 204 municípios que somam 29%
do território e 20% da população da região e respondem por apenas 9% do PIB amazônico.
- Grupo 5 (IPS médio – 49,00): 87 municípios que registram os
níveis mais baixos de progresso social na Amazônia, com 1,7 milhão de habitantes
(7% do total da região), e responsáveis por 3% do PIB amazônico.
De modo geral, os resultados do IPS Amazônia refletem, segundo Adalberto
Veríssimo, “um modelo de desenvolvimento fortemente marcado pelo desmatamento, uso
extensivo dos recursos naturais e conflitos sociais. A extensão continental da região
e a precariedade da infraestrutura local impõem desafios adicionais ao seu progresso
social e econômico.”.
Informações gerais
- IPS Amazônia em plataforma digitalMais detalhes do “IPS Amazônia 2014”, trabalho de autoria de Daniel
Santos, Danielle Celentano, Jaime Garcia, Antonio Aranibar e Adalberto Veríssimo,
estão disponíveis em www.progressosocial.org.bre www.imazon.org.br. Nesses endereços,
é possível visualizar mapas e resultados de cada município, além de sua colocação
no ranking regional. De acordo com seu desempenho em relação a outras localidades
na mesma faixa de renda, o município recebe indicações de resultado bom, neutro
ou fraco.
- Rede #Progresso Social BrasilA rede #Progresso Social Brasil faz parte de um movimento global em
expansão de redes nacionais #Progresso Social, cujo objetivo é reunir diferentes
setores da sociedade, incluindo empresas, sociedade civil, organizações filantrópicas,
órgãos do governo e academia, em torno do objetivo comum de melhorar o progresso
social e o bem-estar humano. Nossa rede conta com o apoio estratégico da aliança
entre Social Progress Imperative, Fundación
Avina e Deloitte. Interessados em compor a rede devem entrar em contato pelo email:
[email protected].
- Patrocinadores globais do IPSA Social Progress Imperative (SPI) e os propósitos do Índice de Progresso
Social (IPS) têm mundialmente o patrocínio de organizações como Avina (Fundación),
Cisco, Compartamos Banco, Deloitte, Skoll Foundation e The Rockefeller Foundation.
- Contatos
para a imprensaPara mais
informações e solicitação de entrevistas, contate a assessoria de imprensa da Deloitte:
Inpress Porter Novelli – Andrea Donadio (11 3323--‐1581; [email protected]).
*O Imaflora é signatário da #Progresso
Social Brasil.
Confira o resumo
executivo do IPS
ea reportagem sobre o lançamento do Índice de Progresso
Social na Amazônia com entrevista de Beto Veríssimo do Imazon,  que foi ao
ar na noite de 23/ago/2014 no Jornal Nacional da TV Globo:http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/08/levantamento-inedito-traca-o-perfil-dos-municipios-da-regiao-amazonica.html



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