“Medir a situação social da Amazônia é ainda um grande desafio. A frequência
de atualização dos dados é baixa, há limitações na abrangência geográfica de alguns
indicadores e, até recentemente, o desempenho social era avaliado somente por índices
que sofrem forte influência da economia”, avalia Adalberto Veríssimo, do Imazon,
um dos responsáveis pelo levantamento inédito. Com a criação do IPS, em 2013,
tornou-se possível, conforme Veríssimo, avaliar o progresso social da região considerando
apenas indicadores sociais e ambientais que são realmente importantes para a qualidade
de vida das pessoas. “O progresso social da forma como é medido pelo IPS revela
que a região está abaixo da média brasileira, o que é incompatível com a sua importância
ambiental”, destaca.
Esse conjunto de informações está acessível pela internet (veja os
endereços, ao final deste texto, em “Informações gerais”), em uma plataforma que
permite desagregar e analisar os dados do estudo. “Dessa forma, viabiliza-se o uso
estratégico dessas informações por tomadores de decisão dos setores público e privado,
no sentido da busca de soluções para a superação dos indicadores socioambientais
na Amazônia brasileira. Com essa expectativa, a Rede de Progresso Social no Brasil
dá destaque a esta agenda em sua interlocução com os governos, empresas e organizações
sociais”, afirma Glaucia Barros, diretora programática da Fundación Avina.
Na visão do sócio-líder da Deloitte para o atendimento ao Setor Público
no Brasil, Eduardo de Oliveira, experiências como a do IPS Amazônia são importantes
para tornar mais efetivas ações conjuntas entre governo e iniciativa privada. “Projetos
de estudo como este são essenciais para que líderes do setor público e agentes empresariais
entendam mais profundamente os desafios de tantas regiões que, a exemplo da Amazônia,
representam ainda grandes fronteiras de desenvolvimento socio-econômico e também
de novas oportunidades de negócios. Vivemos hoje uma era na qual não existe mais
qualquer contradição entre o progresso social e a prospecção de negócios – estas
são, na verdade, facetas de uma mesma realidade, a de um mundo mais integrado e
que precisa de informações de qualidade para avançarmos em todas as dimensões”,
analisa Eduardo de Oliveira.
Resultados por grupos de municípios
Para mostrar o comportamento do progresso social em uma região como
a Amazônia, responsável por um terço das florestas tropicais do mundo e banhada
pela maior bacia hidrográfica do planeta, cinco grupos foram criados para reunir
os municípios com faixas similares no IPS Amazônico:
- Grupo 1 (IPS médio – 65,79): 87 municípios com os melhores
resultados da região, somando 390 mil km2 e 9,4 milhões de habitantes (8% do território
da região e 39% da população). Responde por mais da metade do PIB da Amazônia e
inclui todas as capitais dos Estados, exceto Porto Velho (RO).
- Grupo 2 (IPS médio – 61,13): 200 municípios que somam uma
área de 1 milhão de km2 ePopulação de 4,8 milhões de habitantes (21% do território e 20% da
população). Conta com Porto Velho e com o município com a maior renda per capita
da Amazônia, Campos de Júlio (MT).
- Grupo 3 (IPS médio – 59,10): 194 municípios com acentuada
diferença no nível de desenvolvimento econômico, com rendas per capita que
vão de R$ 1,8 mil anuais em Barreirinha (AM) a R$ 9,7 mil em Ipiranga do Norte (MT),
reforçando que o bom desempenho econômico não garante necessariamente o progresso
social.
- Grupo 4 (IPS médio – 53,59): 204 municípios que somam 29%
do território e 20% da população da região e respondem por apenas 9% do PIB amazônico.
- Grupo 5 (IPS médio – 49,00): 87 municípios que registram os
níveis mais baixos de progresso social na Amazônia, com 1,7 milhão de habitantes
(7% do total da região), e responsáveis por 3% do PIB amazônico.
De modo geral, os resultados do IPS Amazônia refletem, segundo Adalberto
Veríssimo, “um modelo de desenvolvimento fortemente marcado pelo desmatamento, uso
extensivo dos recursos naturais e conflitos sociais. A extensão continental da região
e a precariedade da infraestrutura local impõem desafios adicionais ao seu progresso
social e econômico.”.
Informações gerais
- IPS Amazônia em plataforma digitalMais detalhes do “IPS Amazônia 2014”, trabalho de autoria de Daniel
Santos, Danielle Celentano, Jaime Garcia, Antonio Aranibar e Adalberto Veríssimo,
estão disponíveis em
www.progressosocial.org.bre
www.imazon.org.br. Nesses endereços,
é possível visualizar mapas e resultados de cada município, além de sua colocação
no ranking regional. De acordo com seu desempenho em relação a outras localidades
na mesma faixa de renda, o município recebe indicações de resultado bom, neutro
ou fraco.
- Rede #Progresso Social BrasilA rede #Progresso Social Brasil faz parte de um movimento global em
expansão de redes nacionais #Progresso Social, cujo objetivo é reunir diferentes
setores da sociedade, incluindo empresas, sociedade civil, organizações filantrópicas,
órgãos do governo e academia, em torno do objetivo comum de melhorar o progresso
social e o bem-estar humano. Nossa rede conta com o apoio estratégico da aliança
entre Social Progress Imperative, Fundación
Avina e Deloitte. Interessados em compor a rede devem entrar em contato pelo email:
[email protected].
- Patrocinadores globais do IPSA Social Progress Imperative (SPI) e os propósitos do Índice de Progresso
Social (IPS) têm mundialmente o patrocínio de organizações como Avina (Fundación),
Cisco, Compartamos Banco, Deloitte, Skoll Foundation e The Rockefeller Foundation.
- Contatos
para a imprensaPara mais
informações e solicitação de entrevistas, contate a assessoria de imprensa da Deloitte:
Inpress Porter Novelli – Andrea Donadio (11 3323--‐1581;
[email protected]).
*O Imaflora é signatário da #Progresso
Social Brasil.
Confira o
resumo
executivo do IPS ea reportagem sobre o lançamento do Índice de Progresso
Social na Amazônia com entrevista de Beto Veríssimo do Imazon, que foi ao
ar na noite de 23/ago/2014 no Jornal Nacional da TV Globo:
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/08/levantamento-inedito-traca-o-perfil-dos-municipios-da-regiao-amazonica.html