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Brasil se prepara para receber programa da Nasa de combate a eventos climáticos extremos

22/10/2019

Sustentabilidade, Amazônia, Mudanças climáticas, Floresta


Com coordenação local do Imaflora, SERVIR-Amazonia vai
utilizar dados de satélite para desenvolver soluções de enfrentamento a
queimadas e enchentes; primeiro workshop para implementação do projeto no país acontece neste mês.

São Paulo, 14 de outubro de 2019 - O Brasil vai contar
com uma nova iniciativa poderosa para enfrentar os desafios climáticos.
Trata-se do SERVIR-Amazonia, um programa global da NASA (Administração Nacional
de Aeronáutica dos Estados Unidos) e da USAID (Agência dos Estados Unidos para
o Desenvolvimento Internacional) que visa conectar os mais recentes avanços em
sensoriamento remoto com demandas regionais associadas a preservação e
desenvolvimento sustentável na Amazônia. Na prática, utiliza dados de satélite
e tecnologias geoespaciais para co-desenvolver soluções com organizações
regionais, de combate a eventos climáticos extremos, como incêndios florestais
e enchentes. Presente em 41 países, com 42 serviços já disponíveis ou em
desenvolvimento, o SERVIR Global terá no Brasil, Colômbia e Perú seu quinto
centro regional, sob coordenação do Centro Internacional de Agricultura
Trocical (CIAT) e aliança com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e
Agrícola (Imaflora). No processo de engajamento com as instituições usuárias
locais, será realizado em Brasília, nos próximos dias 23 e 24 de outubro, o
workshop “Consulta sobre as necessidades dos usuários do programa
SERVIR-Amazônia”, com representantes da NASA, USAID, CIAT e organizações
brasileiras.  
Direcionado às instituições usuárias de tecnologia
geoespacial de observação da Terra, o workshop vai avaliar as necessidades e
oportunidades para o co-desenho, co-desenvolvimento e co-entrega de  serviços de informação geoespacial,
apresentando, como contextualização, as soluções já desenvolvidas que podem
contribuir para o enfrentamento de ameaças climáticas. No Brasil, poderão se
associar à iniciativa  órgãos do governo,
como Ministério da Ciência e Tecnologia (INPE, Cemaden, AEB e INPA), Ministério
do Meio Ambiente (Ibama e ICMBio), Ministério da Defesa (Censipam), Ministério
Público, universidades e centros de pesquisa e centros de monitoramento
estaduais, instituições de inovação e amparo a pesquisa, como CAPES e CNPq, e
ONGs que trabalham com a questão climática, além de organizações privadas. Os
serviços oferecidos pelo SERVIR são sempre pensados a partir das próprias
demandas dos usuários. "Pode haver dificuldade, por exemplo, de mapear as
queimas prescritas ou as cicatrizes de queimadas. O SERVIR-Amazonia poderia
fomentar o co-desenvolvimento de soluções tecnológicas, com base na ciência de
dados geoespacial, e contribuir na identificação dessas cicatrizes e ajudar na
priorização do trabalho das brigadas de combate a queimadas", exemplifica
José Leandro Fernandes, do CIAT, sediado em Cali-Colômbia, que lidera a
implementação do projeto na América Latina. 

O SERVIR-Amazonia conta ainda com a parceria do Grupo de
Informática Espacial (SIG), dos Estados Unidos, e da Conservación Amazónica (da
ACCA), do Peru, além do Imaflora. "Vamos coordenar o hub brasileiro do
projeto, apoiando a implementação do programa no país, engajando as partes
interessadas e sendo responsável pela condução de treinamentos e outras
atividades que venham a ser desenvolvidas com instituições brasileiras",
explica Marina Piatto, gerente de clima e cadeias agropecuárias do
Imaflora.  Além do Brasil, países como
Peru, Colômbia, Equador, Suriname e Guiana também contarão com ações do
SERVIR-Amazonia, em quatro áreas temáticas de serviço: risco de secas e
incêndio, gestão de recursos hídricos e desastres hidroclimáticos, tempo e
clima e gestão de ecossistemas. Durante cinco anos, o SERVIR-Amazonia
trabalhará com diversos parceiros regionais para compreender as necessidades
locais e regionais e criar ferramentas, produtos, treinamentos e serviços para
que as instituições mandatárias da tomada de decisão ambiental no bioma
Amazônia  possam melhorar seu processo
decisório, além de incorporar mais adequadamente a voz de mulheres, povos
indígenas e suas comunidades às suas decisões.
Sobre o Imaflora
O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola
(Imaflora) é uma associação civil sem fins lucrativos, criada em 1995, que
nasceu sob a premissa de que a melhor forma de conservar as florestas tropicais
é dar a elas uma destinação econômica, associada a boas práticas de manejo e a
uma gestão responsável dos recursos naturais. O Imaflora acredita que a
certificação socioambiental é uma das ferramentas que respondem a parte desse
desafio, nos setores florestal e agrícola, com forte poder indutor do
desenvolvimento local sustentável. Dessa maneira, o instituto busca influenciar
as cadeias produtivas dos produtos de origem florestal e agrícola, colaborar
para a elaboração e implementação de políticas de interesse público e,
finalmente, fazer, de fato, a diferença nas regiões em que atua, criando
modelos de uso da terra e de desenvolvimento sustentável que possam ser
reproduzidos em outros municípios, regiões e biomas do país.
Mais informações, no site.