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Estudo da ISEAL mostra as tendências para os sistemas de certificação

08/11/2013



O
crescimento dos sistemas de certificação, no Brasil, nos últimos anos, tem sido
bastante significativo e foi objeto de um relatório detalhado da ISEAL
Alliance, organização não governamental, com sede em Londres, Inglaterra,
especializada na construção de códigos de sustentabilidade para sistemas de certificação. 
Elaborado
pela consultoria ecosSistemas, o estudo analisou as tendências e os desafios desse universo 
e apresentou os principais resultados aos membros da Organização, em
reunião ,em São Paulo. 
A
contribuição das ONGs desponta com um peso importante, pela pressão exercida, ao
longo da história, por cadeias produtivas mais sustentáveis. Esse comportamento
do terceiro setor deve se manter, de acordo com a tendência detectada. 
Mudança
substancial aparece no desenho das razões apontadas para a busca pelos selos:
se até pouco tempo, a expectativa de prêmios ou sobrepreços era a principal
motivação, os ganhos para a imagem corporativa e a necessidade de acesso aos
mercados - que cada vez menos aceitam produtos sem algumas garantias - aparecem
como o principal fator para a busca de uma certificação. Os compromissos
empresariais de compras de produtos certificados, além de regulações, como por
exemplo, a da União Europeia para a compra de biocombustíveis sustentáveis, deram
novo sentido à essa procura. De acordo com a ecosSistemas, no longo prazo,
essas razões devem prevalecer sobre os prêmios em dinheiro, que tendem a
desaparecer.
O
reconhecimento dos selos também aparece no setor financeiro, que exige alguns padrões,
como o FSC para concessão de crédito às empresas do setor, ou o RSPO para o
financiamento de empresas que trabalham com o óleo de palma. Embora não tenha
padrões próprios, os bancos desempenham um papel relevante ao fazer essa
distinção no mercado. “A
soma dos sistemas de certificação presentes no Brasil já faz diferença e estão
lastreados por um organismo de alta credibilidade, como a ISEAL”, diz Maurício
Voivodic, secretário executivo do IMAFLORA, que no evento apresentou o sistema
da Rede de Agricultura Sustentável. 
Se
o crescimento é uma boa notícia, dele decorrem uma série de outras questões: do
ponto de vista do consumidor, a dificuldade em distinguir o significado ou a
credibilidade dos organismos envolvidos, começa a gerar desconfiança sobre os
selos.
Por
sua vez, os empreendimentos que buscam diferenciar suas práticas por meio da
certificação se deparam com uma grande variedade de sistemas. Para racionalizar
essa questão, começa a haver uma maior aproximação entre os padrões, visando otimizar
as complementariedades e, assim, beneficiar os produtores. A preocupação é
manter os valores da sustentabilidade. 
O
relatório aponta ainda que, ao lado das mensagens da legalidade e do combate ao
desmatamento, outros dois temas ganham espaço no cenário: clima e
rastreabilidade. Por sua vez, o marco legal brasileiro e os altos níveis de
exigências e custos são apontados como fatores que limitam a expansão das
certificações e possam torna-las restritas aos empreendimentos capazes de
atingir altas performances.
Por
fim, os compromissos de compras das grandes empresas devem continuar a
alavancar o crescimento da certificação.
O
estudo também chama a atenção para o fato desse aumento ter sido impulsionado
pelo mercado externo. “Embora já fosse uma informação conhecida, ficou bem
evidenciada no estudo. Isso mostra uma fragilidade do nosso mercado interno. Se
houvesse uma demanda do mercado doméstico, o crescimento seria bem maior. Os
esforços desse relatório apontam para isso”, diz Marina Guyot, gerente de
projetos da ecosSistemas. 
Brevemente,
a íntegra desse trabalho estará disponível para download no www.isealalliance.org


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