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IMAFLORA analisa últimos 43 anos de emissões de gases de efeito estufa na agropecuária e aponta tendência de aumento no Centro-Oeste e no Norte

19/11/2014



Mato Grosso lidera as
emissões e ocupa lugar que historicamente foi do Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Emissões crescem no Pará e em Rondônia.




O IMAFLORA – Instituto de Manejo e
Certificação Florestal e Agrícola lançou, no Seminário “Emissões Brasileiras de
Gases de Efeito Estufa – 2014”, realizado pelo Observatório do Clima, no último
dia 19, as estimativas das emissões para o setor agropecuário, que pela
primeira vez, traz dados da série histórica de 1970 a 2013 e a distribuição das
emissões por estados.
“O período analisado permite ver claramente o
efeito do avanço da fronteira agrícola”, diz Marina Piatto, engenheira
agrônoma, responsável pela Iniciativa de Clima e Agricultura do Imaflora,
Instituto que coordenou o estudo. 
Durante o período de 1978 a 2004, o topo do
ranking foi ocupado, alternadamente, por Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Contudo, a série histórica mostra o avanço das emissões em direção ao cerrado e
à Amazônia brasileira, levando o Mato Grosso à posição de estado que mais emite
gases de efeito estufa no Brasil, em razão do seu extenso rebanho bovino e da
produção de grãos. 
Em 2013, os estados do Pará e Rondônia, que
emitiam volumes muito baixos desses gases, no início da série, chegaram,
respectivamente, ao sexto e ao décimo lugar no ranking de emissores
brasileiros. Esse crescimento se deve principalmente a expansão do rebanho
bovino nos últimos anos. 
Pecuária
e agricultura– O
trabalho, que contou com a colaboração do pesquisador Ciniro Costa Junior, foi
baseado no Terceiro Inventário Nacional de Emissões de Gases de Efeito Estufa,
elaborado pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação. A partir dos dados
analisados, é possível constatar que no ano de 2013 a pecuária de corte foi responsável por 64% das emissões de GEE no
Brasil, seguida pelas emissões de gado
de leite que chegam a quase 12% do total das emissões brasileiras.
Outra importante fonte de emissões de GEE são
os adubos nitrogenados, muito
utilizados nas culturas de milho, café, cana e algodão por exemplo. Ao longo
dos anos, nota-se um aumento progressivo das emissões provenientes deste tipo
de fertilizante, somente entre 2012 e 2013 o aumento foi de 7,7%. 
Também em 2013 o cultivo de arroz irrigado foi responsável por 2,3%
do total de GEE do Brasil, onde 95% deste tipo de cultivo está concentrado no
Rio Grande do Sul. Já a queima da cana-de-açúcar
representou 1,2% das emissões totais. A contribuição da cana nas emissões vem
caindo ao longo dos anos devido à legislação que exige a redução progressiva da
queima da cana e aumento da mecanização da colheita de cana verde. 
Redução–
O
Brasil está entre os 20 maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo,
sendo 1/3 das emissões brasileiras proveniente da agropecuária. No entender de
Marina Piatto e Ciniro Costa Junior, para reduzir as emissões do setor é
fundamental aumentar a eficiência produtiva, recuperar os pastos degradados,
otimizar o uso de fertilizantes nitrogenados, aumentar a área de integração
entre lavoura e pecuária e evitar o desmatamento. Essas práticas positivas
estão sendo observadas em diversos empreendimentos no campo.
SEEG - O Sistema de
Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) é uma iniciativa do
Observatório do Clima, que tem o compromisso de atualizar e divulgar,
anualmente, as estimativas de GEE, bem como analisar de o impacto das políticas
públicas nas emissões nacionais. As estimativas são feitas com base nas
diretrizes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e nos
Inventário Nacionais. O contexto em que foi criado e seu objetivo pode ser
conhecido aqui.





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