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Organizações apresentam resultados do Projeto Sociobiodiversidade Produtiva no Xingu

25/05/2016

Sustentabilidade, Unidades de conservação

Projeto financiado pelo Fundo Amazônia entra em sua fase final
Entre os dias 04 e 06 de maio, foi realizado em Brasília,
a reunião anual do Projeto Sociobiodiversidade Produtiva no Xingu, em que
participam o Instituto Socioambiental (ISA) e 12 organizações aglutinadas.

Os
representantes discutiram os resultados alcançados e o planejamento para a
finalização do Projeto, que ocorrerá no final de 2016. O Projeto
Sociobiodiversidade Produtiva no Xingu tem o financiamento do Fundo
Amazônia/BNDES e as ações estão sendo executadas na Bacia do rio Xingu em 13
municípios nos estados do Mato Grosso e do Pará

O objetivo do Projeto é apoiar a estruturação e o
fortalecimento das cadeias de valor da sociobiodiversidade na Bacia do Xingu,
abrangendo sementes e mudas florestais, borracha, castanha, pequi e frutas,
entre outros, junto às populações indígenas, extrativistas e agricultores
familiares, visando ao aumento da qualidade de vida dessas populações e à
produção sustentável, agroflorestal e extrativista.
A Associação Rede de Sementes do Xingu (ARSX), uma das
organizações aglutinadas, destacou o ingresso em mercados alternativos de
sementes florestais no último ano. Até então as sementes coletadas eram
exclusivamente destinadas à recuperação de áreas degradadas na região Xingu
Araguaia. Mas neste ano, um grupo de coletores integrantes da Rede e residentes
em Nova Xavantina (MT) aceitou o desafio e beneficiou 1,2 tonelada de sementes
de jatobá para a fabricação de cosméticos, através de uma parceria com a
empresa Atina de Minas Gerais. “A perspectiva é que a demanda para recuperar
áreas aumente e, além disso, estão se abrindo novos mercados para além da
floresta”, disse Bruna Souza, coordenadora da Rede.
O Projeto Sociobiodiversidade Produtiva no Xingu
possibilitou a construção de duas Casas de Sementes no Parque Indígena do Xingu
(PIX), uma iniciativa da aglutinada Associação Indígena Moygu – Comunidade
Ikpeng (AIMCI). Elas já estão acondicionando as sementes coletadas pelos
indígenas. A Associação Indígena Kisêdjê (AIK), também do PIX, concluiu a
plantação dos 60 hectares de pequi previstos no Projeto. As frutas serão
utilizadas para a produção de óleo e castanha de pequi. No ano passado, por
exemplo, já foram produzidos pelos indígenas 340 litros de óleo e parte dessa
produção foi comprada pelo chef de cozinha Alex Atala.
A Associação Comunitária Agroecológica Estrela da Paz
(ACAEP), do Projeto de Assentamento Brasil Novo em Querência (MT), receberá em
breve uma fábrica para beneficiamento de polpa de frutas. O prédio já está
pronto e os equipamentos devem chegar em 90 dias. A Associação construiu ainda
um viveiro para produção de mudas florestais. Neste ano, foram produzidas 800
mudas e doadas para a comunidade. Recursos do Fundo Amazônia possibilitaram
também a reestruturação da fábrica da Araguaia Polpa de Frutas, administrada
pela Associação de Educação e Assistência Social Nossa Senhora da Assunção
(ANSA), em São Félix do Araguaia (MT).
As associações de extrativistas da Terra do Meio em
Altamira (PA) e a Associação Agroextrativista Sementes da Floresta (AASFLOR) de
Uruará (PA), tiveram apoio para implantar cantinas e mini usinas. As cantinas
são entrepostos comerciais em que os extrativistas não precisam mais de
atravessadores para vender sua cesta de produtos, que contém, por exemplo, a
castanha e a borracha. É das cantinas também que eles compram produtos
industrializados, pagando preços mais justos. Com as cantinas, os extrativistas
melhoram a renda com melhores valores de compra e de venda.
A reunião anual do Projeto Sociobiodiversidade Produtiva
no Xingu desta vez contou com a participação de representantes do Fundo
Amazônia. Eduardo de Sá, analista de projetos do FAM/BNDES, acompanhou as
apresentações e disse que se impressionou pela magnitude das ações, diversificação
e abrangência do território. E elogiou o desenvolvimento do Projeto: “As ações
estão transcorrendo muito bem. A realidade amazônica é difícil e quem está lá
na ponta, implementando, são pessoas aguerridas. Estamos muito satisfeitos com
o resultado”, falou, acrescentando que o Projeto é muito importante
Organizações Parceiras
O responsável pelo projeto é o ISA e as 12 organizações
aglutinadas são as seguintes: Associação de Moradores da Resex do Rio Iriri
(AMORERI); Associação de Moradores da Resex do Riozinho do Anfrísio (AMORA);
Associação de Moradores da Resex do Xingu (AMOMEX); Associação dos Moradores
Extrativistas do Rio Iriri (AERIM); Associação Agroflorestal Sementes da
Floresta (AASFLOR); Associação Comunitária Agroecológica Estrela da Paz (ACAEP);
Associação Terra Viva de Agricultura Alternativa e Educação Ambiental (ATV);
Associação de Educação e Assistência Social Nossa Senhora da Assunção (ANSA);
Operação Amazônia Nativa (OPAN); Associação Indígena Kisêdjê (AIK); Associação
Indígena Moygu – Comunidade Ikpeng (AIMCI); e Instituto de Manejo e
Certificação Florestal e Agrícola (IMAFLORA).
(Texto e fotos: Rafael Govari – ISA)
Representantes das organizações participantes da reunião
Fonte: Rede de Sementes do Xingu





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