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Relatório Anual 2020: tecnologias sociais como alternativa de modelos econômicos sustentáveis

18/06/2021

Autor(a): Imaflora

Em um ano em que o investimento de impacto entrou ainda mais fortemente na pauta dos investidores e das empresas, dada a busca por novos modelos após a crise decorrente da pandemia de Covid-19, o Imaflora reforçou seu portfólio de ferramentas de gestão e assessoria para programas de inovação e impacto. Esse trabalho permite dar vazão ao crescente interesse das empresas em aumentar a transparência e a sustentabilidade das suas cadeias de produção, além de abastecer os tomadores de decisão e a sociedade de dados e soluções para atender às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras e, principalmente, os recursos naturais. “A sabedoria da floresta aliada à capacidade de inovação da iniciativa privada, incluindo desde grandes empresas até startups, podem dar um impulso importante para a valorização da sociobiodiversidade, mesmo sem fomento público suficiente”, destaca Patrícia Cota Gomes, Coordenadora do Origens Brasil®. Além de aumentar a sua rede de empresas e produtores, ampliando o potencial e a variedade de ingredientes da floresta, o programa criou condições para a cocriação entre membros da rede, como Mercur e Bossapack, que desenvolveram, junto a populações tradicionais do Xingu, uma mochila emborrachada. Havaianas, Okslen e Natura foram outras grandes empresas que aderiram ao programa, com objetivo de trocar experiências e diversificar seu portfólio, usando seus negócios em prol da floresta em pé. “A linha de tênis Osklen AG é o nosso mais ambicioso projeto de sustentabilidade, criado para promover a cadeia produtiva de sete matérias-primas, incluindo o látex da Terra do Meio (PA), na Amazônia, graças à parceria com o Origens Brasil®, que é a garantia de rastreabilidade, comércio justo e transparência em todo o processo”, destaca Nelson Camargo, Head of Fashion Marketing.

Na luta pela conservação ambiental, o Imaflora também vem ajudando no desenvolvimento de uma nova tecnologia do SERVIR-Amazônia, sistema global de geomonitoramento da NASA (Administração Nacional de Aeronáutica dos Estados Unidos) e da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), que promete contribuir para o monitoramento de territórios onde vivem populações tradicionais. “O Imaflora sempre acreditou na tecnologia como aliada na conservação da floresta. Com um aplicativo de celular membros de uma comunidade poderão registrar indícios de ilícitos em seus territórios como incêndios ilegais ou garimpo, por exemplo. Esse dado será validado por um sistema e ajudará a planejar e executar ações preventivas”, explica Isabel Drigo, Coordenadora de Clima e Cadeias Agropecuárias do Imaflora.

O estímulo aos negócios de impacto também passa pelos estudos desenvolvidos pelo Imaflora sobre sistemas agroflorestais e fomento ao empreendedorismo. A imersão contou com pesquisas de casos de sucesso em vários lugares do mundo, além de três workshops com organizações e representantes de comunidades. “Nós apostamos que a inovação também pode e deve ser aplicada à gestão das cooperativas, respeitando as características do negócio extrativista da Amazônia. Esse estudo, aplicado à experiência de 25 anos do Imaflora, nos permitiu desenhar três modelos de negócios, que devem trazer mais sustentabilidade para os povos da floresta”, destaca Roberto Palmieri, gerente do programa Florestas de Valor, do Imaflora.

No ano em que a Polícia Federal fez a maior apreensão de madeira ilegal da história, a experiência em campo e na articulação de diálogos do Imaflora, além da inteligência e uso da tecnologia para trabalhar com uma imensa base de dados, contribuiu para apontar horizontes e desenhar soluções para coibir práticas ilegais que degradam a floresta e corroem a reputação do país. Além de eventos, como o Fórum “Amazônia, legal? Oportunidades e desafios da sustentabilidade para o setor florestal no pós-pandemia“, foi apresentado à sociedade o resultado do segundo estudo da série Timberflow, que expôs os fluxos relativos à cadeia de produção de madeira da Amazônia a partir da interação da base de informações do Ibama e de órgãos estaduais. “O Timberflow é uma plataforma de análise que contribui e pode contribuir ainda mais, de forma estratégica, na exposição do efeito das medidas tomadas pelo governo na questão específica do comércio de madeira”, explica Gerd Spavorek, Presidente da Fundação Florestal.

O Imaflora acredita que, para conter o ritmo de destruição da floresta, essa e outras tecnologias ajudam a criar um ambiente de fomento ao suprimento responsável e de longo prazo de produtos madeireiros da Amazônia. Sistemas de verificação e certificações, entre outras medidas, também podem contribuir para aumentar o rendimento e o aproveitamento da indústria regional, além de aumentar o valor agregado da produção de madeira na Amazônia.

A inovação também deu o tom no portfólio de certificações. O time de certificação florestal remodelou a sua forma de trabalho, aportando tecnologia e agilidade em atividades que não demandam ação em campo. O principal sistema de certificação florestal do mundo, o FSC®, serviu como fonte de inspiração para clientes: a Antilhas, empresa de embalagens, criou a máscara Paper Front Eco Filtro Facial, desenvolvida em estrutura de papel cartão, a partir de fontes renováveis certificadas, com eficácia superior ao requerido para máscaras de uso profissional da área da saúde (95%). Já na área de certificação agrícola, o Imaflora iniciou as adequações às novas normas do Programa de Certificação 2021 da Rainforest Alliance, que agregou ao seu protocolo uma abordagem inovadora para caracterização de riscos, definição de responsabilidades compartilhadas e investimentos necessários para melhoria contínua. “O conhecimento do Imaflora em 25 anos de existência é a inspiração dos próximos 25, em que a gestão da inovação ganha força para acelerar mudanças benéficas para a economia, a sociedade e o planeta”, projeta Roberto Palmieri.

Confira o Relatório Anual do Imaflora de 2020 aqui