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Castanha-do-Brasil: estratégia para a Amazônia, para o Clima e para o desenvolvimento florestal sustentável

21/11/2016

O IMAFLORA lança a publicação “Panorama nacional da
cadeia de valor da Castanha-do-Brasil”, um estudo amplo da produção à
comercialização da castanha, que identificou os principais players dessa
cadeia: 95% de todo o volume da castanha que sai das usinas de transformação
são destinadas ao setor de alimentos, com destaque para o segmento de pães,
seguido pelo de chocolate e produtos naturais.
O resultado de quase dois anos de pesquisa é um retrato
atual da importância econômica da castanha-do-Brasil para as comunidades
extrativistas da Amazônia e para a sociedade como um todo. Na medida em que
fazem a coleta, os castanheiros protegem a floresta de usos predatórios,
mantendo as condições para a prestação de serviços ambientais, como a regulação
do sistema de chuvas. 
Nesse contexto, o cultivo da castanha-do-Brasil tem um
papel estratégico no desenvolvimento de uma economia florestal sustentável e no
combate ao aquecimento global, mas carrega também um grande desafio: o de
tornar mais simétricas e justas as relações comerciais na extensão da cadeia.
De acordo com o estudo, coordenado pela engenheira florestal Patrícia Cota
Gomes, do IMAFLORA, há um aquecimento no consumo da castanha, no entanto, não
acompanhado do retorno financeiro para os extrativistas.
A íntegra do trabalho pode ser acessada aqui.
Alguns dados:
• O Brasil
liderou o mercado de exportações de castanha até 1990, chegando a ser o único
vendedor no mercado externo entre 1990 a 1995. Em 1998 a Bolívia assumiu a
liderança e permanece até hoje;
• Na
Amazônia Legal, cerca de dois milhões de pessoas vivem do extrativismo e da
coleta da castanha. O país ocupa o segundo lugar no ranking de produção;
• Mercado
aquecido: 74% da produção de castanha coletada no Brasil é consumida no próprio
país;
• O
estado do Acre é o maior produtor, respondendo por 36% da produção nacional;
• A
indústria alimentícia, é a maior compradora do produto,  especialmente a de pães seguida da de
indústria de chocolates;
• As
exigências fitossanitárias adotadas pela Europa, em 1998, foram um dos fatores
que contribuíram com o declínio das exportações brasileiras;

• A
castanha representa o terceiro principal produto extrativista na Amazônia, em
valores de mercado, atrás apenas do açaí e baçaçu.
O estudo também foi divulgado na edição 53, páginas 60 e 61, da Revista Plurale. Confira a íntegra da matéria aqui.
Castanha-do-Brasil: estratégia para a Amazônia, para o Clima e para o desenvolvimento florestal sustentável