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Fortalecendo nossas raizes

03/07/2023

Autor(a): Imaflora

No ano de 2022, tão determinante para que o Brasil pudesse trilhar um caminho rumo a uma economia de baixo carbono, o Imaflora trabalhou para que todos os seus elos estivessem integrados. Com isso, contribuiu para que as comunidades locais, as empresas, os governos e a sociedade como um todo atuassem de forma integrada com o meio ambiente e os ecossistemas naturais.

Toda a consolidação da sua estrutura resultou em ações que contribuíram para enfrentar os principais ataques causados ao meio ambiente e às comunidades que vivem em biomas ameaçados como a Amazônia e o Cerrado. O desmatamento, as emissões de gases de efeito estufa e as invasões de Terras Indígenas e outras áreas protegidas deram o tom, e a sociedade precisou responder à altura.

Com a criação da Plataforma de Serviços, o Imaflora conseguiu aglutinar e demonstrar os resultados de empresas e organizações de diferentes setores que adotam boas práticas de produção agropecuária, demonstrando que é possível se diferenciar e produzir sem destruir. O lançamento não poderia ter sido em formato mais oportuno, reunindo diversos produtores, empresas e atores-chave que demonstraram suas iniciativas em prol do Futuro do Agro. Os primeiros casos da Plataforma, inclusive, já estão gerando resultados para as empresas e produtores, que exportaram carne e café com comprovação de baixo carbono. Prova de que a conservação do meio ambiente não só é conciliável com a produção, como gera ganhos econômicos e acesso a mercados.

Outra demonstração disso foi a ampliação de projetos de agricultura regenerativa, como os desenvolvidos junto às empresas General Mills e Nespresso. Mas não foi só o “E” do ESG que foi destaque neste ano. O “S” vem ganhando cada vez mais atenção, e pudemos desenvolver projetos focados no social, como o estudo que avaliou os impactos da Covid-19 na cadeia produtiva da laranja. Também elaboramos projetos de devida diligência, como o desenvolvido com a Nestlé em relação à cadeia da cana de açúcar. Tivemos ainda a revisão da política de compra responsável da Braskem e a criação de um manual de boas práticas socioambientais para a empresa Delta Sucroenergia. Abordamos temas como contratação, migração, uso correto de equipamento de segurança e demais aspectos sobre prevenção ao trabalho análogo ao escravo e infantil que, infelizmente, ainda se mostram presentes no cenário nacional e internacional.

Já a diversificação e consolidação do nosso portfólio de certificação tem nos permitido alcançar novas cadeias e empresas, que buscam demonstrar o cumprimento de critérios sociais e ambientais, cada vez mais demandados pela sociedade, consumidores e legislações. Passamos a atuar com as certificações da SAI Platform e C.A.F.E. Practices (protocolo de certificação dos fornecedores de café da empresa Starbucks) e estamos entrando no mercado de certificação de soja, no padrão Round Table on Responsible Soy Association (RTRS) (ou Mesa Redonda sobre Soja Responsável). Para além da atuação na certificação, participamos da construção e fortalecimento da qualidade dos padrões, ajudando a garantir o rigor do sistema a partir do olhar de uma organização da sociedade civil. Destaque neste sentido foi a atuação do Imaflora na Assembleia Anual do FSC® - Forest Stewardship Council®, quando contribuímos para a aprovação de uma moção que permitiu a manutenção da certificação de milhares de hectares de florestas nativas. Para além da certificação, a agenda da conservação e restauração florestal foi fortalecida por meio de diversos estudos como os da série Timberflow e da Rede Simex, na qual fazemos parte, e mais uma edição do Acertando o Alvo, que demonstraram tanto o avanço cada vez maior do desmatamento, quanto as possibilidades de estruturação de um mercado realmente sustentável para a madeira da Amazônia.

Mesmo com todas as dificuldades das cadeias da sociobiodiversidade, tivemos importantes conquistas, como a retomada de trabalhos em campo dos programas Florestas de Valor e Origens Brasil®. Foram recordes de comercialização de produtos da floresta, como no caso da cooperativa Coopaflora, que teve um aumento de 191% na venda de castanha. A luta do povo Yanomami ganhou visibilidade a partir da utilização do seu Cogumelo em um produto da Mãe Terra. A empresa é parte de um dos maiores grupos empresariais do mundo, contribuindo para aumentar o alcance sobre a luta pela sobrevivência e permanência da cultura tradicional de um povo que há séculos convive com invasões e ataques a seu território, e que nos últimos anos viu explodir as trágicas consequências do garimpo em suas terras.

A solidez institucional do Imaflora, construída ao longo de 28 anos, não seria possível sem a atuação dos diversos profissionais das áreas administrativa, da comunicação e desenvolvimento de pessoas. Os nossos eixos, que englobam os inúmeros projetos e iniciativas desenvolvidos pelo Imaflora, não poderiam existir e gerar tamanho impacto positivo sem o esforço destas áreas, nem sempre visíveis. É a partir da nutrição de suas raízes e da energia que provém de sua copa que nos retroalimentamos e garantimos o funcionamento da árvore como um todo. Pensando no fortalecimento do sistema, investimos no desenvolvimento contínuo da equipe e na formação de um segundo nível de liderança de coordenadores. Criamos um grupo de cultura organizacional, o Imaflorar, e desenvolvemos diversas ações de endomarketing e comunicação. Outro aspecto que ajudou a manter essa integração foi a volta de eventos presenciais, como reuniões trimestrais com a equipe e confraternizações, além da implementação de um modelo híbrido de trabalho. Com muita nutrição, resiliência e atuação conjunta com uma imensa rede de organizações, empresas e pessoas, avançamos neste ano tão importante. Isso só foi possível devido ao esforço necessário para nos fortalecermos internamente e gerar o impacto por meio de todas as nossas iniciativas e projetos, detalhados ao longo dos próximos textos deste relatório. Aqui, acompanhamos o florescer de novos frutos.