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Aprimoramento de técnicas leva agricultores familiares, do Baixo Sul da Bahia, a conquistarem certificação internacional para o cacau

27/03/2015

Um grupo de 17 agricultores familiares, que
tem no cultivo do cacau sua principal fonte de renda, donos de pequenas
propriedades nos municípios de Igrapiúna e Piraí do Norte, no Baixo Sul da
Bahia, conquistou a certificação socioambiental da Rede de Agricultura
Sustentável (RAS), identificada pelo selo Rainforest
Alliance Certified™. A certificação é resultado de três anos de
trabalho intenso, nos quais os produtores foram capacitados por técnicos da
Organização de Conservação da Terra (OCT), OSCIP integrante do Programa de
Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade (PDCIS), iniciativa
fomentada pela Fundação Odebrecht. As capacitações foram focadas em práticas
agrícolas que aprimorassem a qualidade do cacau produzido, com o objetivo de
abrir novos mercados e, portanto, gerar renda, em uma região que apresenta
baixo Índice de Desenvolvimento Humano. Ao mesmo tempo, conheceram as
adequações que precisariam fazer nas respectivas propriedades, para alcançarem
a certificação. 
A certificação Rainforest Alliance Certified™ é reconhecida internacionalmente e
atesta que o produtor seguiu normas que respeitam a conservação dos recursos
naturais, como a água e o solo; protegem a floresta, a vida silvestre e os
ecossistemas, além de condições de trabalho dignas e seguras. 
Ao longo desses anos, o grupo se empenhou na
melhoria das técnicas de produção (como o uso de novas variedades de cacau e
técnicas de clonagem que propiciam maior rentabilidade), adequação ambiental e
reflorestamento, com o objetivo de alcançar novo status em direção à sustentabilidade. Vários deles já recebem pela
prestação de serviços ambientais, como a proteção de nascentes. 
O Baixo Sul da Bahia é a região com uma das
maiores biodiversidades do Planeta e que guarda grande porção de remanescente
da Mata Atlântica.


Certificação – O IMAFLORA –
Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola teve importante papel
nesse processo, levando subsídios técnicos à equipe da OCT e realizando a
auditoria em campo dos critérios exigidos pela
RAS. 
Vale destacar que a região conta com mais
duas fazendas certificadas: a M. Libânio e a Vale do Juliana e uma fábrica de
licour, a Cooperbahia, uma inciativa que reúne grandes produtores de cacau e
associações de agricultores familiares que buscam a melhoria da qualidade e
sustentabilidade do cacau produzido no Baixo Sul da Bahia. 
Fundo
Social
- Parte do custo da auditoria foi pago pelo Fundo Social do IMAFLORA e trata-se
de uma política do Instituto para tornar o processo acessível aos pequenos
produtores, cooperativas ou comunidades tradicionais. A intenção é que ganhem
autonomia financeira para tanto, com o tempo.  
O próximo passo do projeto é a
comercialização do cacau com diferencial de qualidade e sustentabilidade. Mas,
na opinião de Tharic Galucci, engenheiro agrônomo do IMAFLORA, que trabalhou na
auditoria independente, os agricultores já estão sendo beneficiados, com a
melhoria na gestão das propriedades e assistência técnica que recebem.


Aprimoramento de técnicas leva agricultores familiares, do Baixo Sul da Bahia, a conquistarem certificação internacional para o cacau

Aprimoramento de técnicas leva agricultores familiares, do Baixo Sul da Bahia, a conquistarem certificação internacional para o cacau