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Cuidar das florestas desde a Base: Um olhar sobre a importância da escola na formação de cidadãos socioambientalmente responsáveis

14/12/2015

Sustentabilidade, Florestal, Opinião



Aprender a aprender, a ser, a fazer e a conviver. Esta é
a visão sobre os propósitos da educação expressa no relatório da Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, UNESCO, também
conhecida como os “quatro pilares da educação”. O posicionamento pode inspirar
uma das linhas para análise crítica dos objetivos de aprendizagem, contidos na
proposta de Base Nacional Comum Curricular para Educação Básica no Brasil,
documento sob consulta pública até 15 de dezembro de 2016. A oportunidade de
contribuir para a definição dos rumos da educação básica no Brasil deve ser
ressaltada e valorizada, juntamente com a necessidade de incentivarmos a
criação de mecanismos que adicione transparência ao processo, permitindo
revelar o que o Estado pôde fazer com as contribuições da sociedade.
O convite é olhar para a Base Nacional Comum Curricular
especialmente da perspectiva  da
possibilidade de auxiliar na formação de jovens capazes de compreender questões
relevantes, tais como, a importância da adoção de boas práticas socioambientais
na agricultura e na gestão das florestas do país, que consigam discernir e
valorizar a relevância de consumir produtos confeccionados com matéria-prima e
processos menos nocivos ao meio ambiente e que ainda assegurem condições de
saúde, segurança e de vida às pessoas.
Dentre as formas de despertar pessoas
para cuidar do planeta, acredita-se que interferir no que deve ser ensinado nas
escolas, pode permitir alcançarmos uma maior escala no nível de conscientização
ambiental dos cidadãos brasileiros. Vislumbra-se com isso concretizar um  meio de possibilitar a formação de jovens
capazes de contribuir na criação de soluções científicas, tecnológicas e
sociais capazes de cuidar de valiosos recursos naturais como florestas, água,
biodiversidade, clima além de seus projetos de vida.
 O convite é para
aproveitar o momento para fazer uma ampla reflexão sobre o papel da escola na
vida das pessoas e do planeta e para isso a proposta da Base deve ser
questionada quanto: a clareza dos objetivos de aprendizagem? Contém o
essencial? A progressão dos conteúdos está adequada? O professor será capaz de
implementá-la?
Vale também ressaltar a importância de observar a
integração entre componentes de uma mesma área do conhecimento e entre as diferentes
áreas ao analisar a proposta. Estes prometem ser estabelecidos por meio dos
“temas integradores” pela sua dificuldade de acomodação em um único espaço, já
que são temas que dizem respeito a questões que atravessam a experiência do
sujeito em seus contextos de vida e atuação. Dentre os temas ditos integradores
estão: sustentabilidade; consumo e educação financeira; ética, direitos humanos
e cidadania e culturas africanas e indígenas.
O desafio prático de articulação desses temas
integradores e o julgamento quanto à relevância dos objetivos de aprendizagem
propostos para as áreas de Ciências da Natureza (no ensino médio distribuído
entre os componentes curriculares Biologia, Química e Física) e também Ciências
Humanas (no ensino fundamental com os componentes Geografia, História e Ensino
Religioso e no ensino médio adicionados Filosofia e Sociologia) devem ocupar
centralidade na análise crítica da proposta.Sem esquecer que a Base Nacional Comum será apenas parte do currículo da
educação básica, o qual ainda prevê uma parte diversificada (definida no nível
local, resguardando especificidades de contexto) surge mais uma “avenida” para
discussão da proposta: Será a escola o espaço do múltiplo e também das
afirmações das singularidades capaz de constituir um coletivo que faça a
diferença ao tratar questões locais e planetárias?