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O desafio de fornecer água potável no campo

28/07/2016

Sustentabilidade, Certificação socioambiental

 Tharic
Galuchi
A oferta de água
potável no campo ainda é um desafio. A
água limpa, em condições boas para o
consumo humano, é uma das exigências da norma da Rede de Agricultura
Sustentável para a certificação socioambiental Rainforest Alliance, no que se
refere à saúde e segurança do trabalhador no campo.
Mas fazer com que chegue a todos, muitas vezes, tem sido
um desafio para as propriedades. Frente a esta realidade, e engajada em
fornecer água de qualidade a seus quase 300 trabalhadores e 350 familiares, a
propriedade certificada Fazendas Reunidas Vale do Juliana (FRVJ) criou uma
forma própria de gestão da potabilidade da água. Na propriedade, localizada no
Sul da Bahia, as famílias que vivem em 170 moradias distribuídas no meio de
plantios de cacau e pupunha tratam a água que bebem.
Para isso, o empreendimento  estruturou um programa de conscientização
sobre o tema, executado em parceria com a secretaria municipal de saúde. Para
dar conta das várias distâncias entre os trabalhadores, na área da propriedade,
a Vale do Juliana instalou pequenas estações de tratamento de água nos locais
onde há maior consumo.  Além disso,
forneceu filtros de barro e hipoclorito para os trabalhadores, deu instruções
sobre a manutenção da qualidade da água e também sobre a limpeza das caixas
d’água.
Mais do que mudar hábitos, a fazenda está preocupada com
a real qualidade da água consumida, que é analisada num sistema de rodízio. A
cada trimestre, nove casas tem a água coletada para análise de potabilidade em
laboratórios. Além disso, a água de cada casa é monitorada periodicamente
quanto ao uso e manutenção dos filtros, o que inclui testes com fitas
Colipaper, que detectam instantaneamente a presença de coliformes.
A técnicas 
adotadas pela Vale do Juliana estão entre as recomendadas pela Organização Mundial da Saúde: cloração,
filtragem ou fervura, que eliminam os patógenos transmissores de doenças, que
podem provocar doenças como verminoses, diarreia e desidratação aguda. De
acordo com o Censo de 2010, do IBGE, a ausência de água tratada é realidade
para cerca de 30 milhões de pessoas no meio rural.
Os desafios ainda são grandes, mas iniciativas como essa
melhoram muito a condição de vida de quem trabalha, ou vive em regiões carentes
de acesso a serviços públicos.